A ressubjetivação da mulher e a desconstrução do mito do homem moderno em Como se estivéssemos em palimpsesto de putas, de Elvira Vigna
Suzane Morais da Veiga Silveira
Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea
v. 9, n. 18 (2017)
Resumo: Este ensaio analisa o romance Como se estivéssemos em palimpsesto de putas, de Elvira Vigna (2016). Nosso principal objetivo é investigar como a autora, à semelhança de uma artesã, tece a matriz da personagem principal, Lola, pelo avesso da de João, pretenso protagonista cujas histórias são narradas pela voz irônica e ambígua de uma narradora-personagem da qual não conhecemos muito bem as intenções. A figura masculina opressora é desvelada em sua voracidade de consumo sexual e sua fragilidade emocional. Como um palimpsesto, a ressubjetivação de Lola — uma espécie de amálgama da luta pela emancipação da mulher — não pode ser escrita a partir do zero, pois é a partir de suas experiências, adquiridas através de um longo e doloroso processo de autodescoberta, que ela supera a submissão imposta pela estrutura patriarcal, rumo a uma nova imagem de si.
A ressubjetivação da mulher e a desconstrução do mito do homem moderno em Como se estivéssemos em palimpsesto de putas, de Elvira Vigna