Papéis criados, papéis forjados

Papéis criados, papéis forjados no romance Nada a Dizer de Elvira Vigna

Edma Cristina de Góis*

*Doutora em Literatura pela Universidade de Brasília, Brasília, Brasil.

edmagois@gmail.com

 

Publicado em
Revista Diacrítica
versão impressa ISSN 0807-8967
Diacrítica vol.27 no.3 Braga 2013

Resumo: A cidade orienta e organiza as relações familiares, sexuais e sociais na medida em que divide a vida dos sujeitos nos domínios público e privado. A cidade separa geograficamente as posições sociais e as localizações dos indivíduos no espaço doméstico. De acordo com Elizabeth Grosz, nela, os corpos são individualizados, tornando-se sujeitos. Pensando a casa como um micro espaço das cidades, também como concentração da estrutura familiar, ela é co-responsável pela formação dos sujeitos e pela reprodução ou ruptura de determinados papéis de gênero. Nesse sentido, a casa também ajuda a construir os gêneros por meio de um corpo, porque nela há tanto a repetição de atos performativos quanto tentativas de não realização de um padrão. No romance Nada a dizer, da autora brasileira Elvira Vigna, a casa é o muro que separa novas e velhas representações ou abrigo de outras possibilidades de narrar as corporalidades femininas.

Papéis criados, papéis forjados no romance Nada a Dizer de Elvira Vigna