Um corpo de leitura
Lia Duarte Mota*
http://orcid.org/0000-0002-8453-1751
*Doutora em Letras (Literatura, Cultura e Contemporaneidade) e pós-doutoranda na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Juiz de Fora, MG, Brasil. E-mail: lidumo@gmail.com.
Publicado em Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea
ISSN 1518-0158 (impresso) / ISSN 2316-4018 (eletrônico)
Estud. Lit. Bras. Contemp. no.57
Brasília 2019
http://dx.doi.org/10.1590/2316-40185715
Resumo: Como se estivéssemos em palimpsesto de putas, último livro de Elvira Vigna, conta a história de João, o TI de uma editora prestes a declarar falência, cujo único prazer é o sexo com garotas de programa. O leitor tem acesso à história por meio da narradora, uma designer sem emprego que visita João no trabalho todos os dias. Em uma narrativa composta de fragmentos, a autora promove uma discussão sobre a própria literatura, colocando a designer como leitora e escritora simultaneamente. Ela nos conta as histórias que ouve de João, avisando-nos que preenche as lacunas deixadas por ele pela falta de detalhes. Este artigo pretende pensar a figura do leitor no livro de Elvira Vigna, um leitor que compromete todo o seu corpo na leitura e que, ao fazê-lo, performatiza-a.
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